Eles dizem para não falar de ti, mas não sabem que não dizer o teu nome dói (…). Eles não sabem que há saudade que não nos cabe inteirinhas no peito. Eles não sabem que mesmo que os dias passem e mesmo que a raiva esmoreça, a saudade vai aumentando sempre mais, porque vamos tendo a certeza que é uma saudade que não se pode matar, que vive cá dentro, que nos dói devagarinho. Eles pensam que não nos custa quando falam das vossas* e eu não posso falar da minha*, ou talvez possa mas não da mesma maneira. Eles não sabem que a tua presença era a outra metade da minha vida, a que me faz falta. Eles não sabem que te vejo ainda a dizeres-me a última coisa que me disseste, quando eu ainda não sabia que era a última. Eles não sabem que pensei que me fosses custando menos mas que afinal a cada dia a tua falta se torna maior. Eles não sabem que tudo ficou mais cruel sem ti. Eles não sabem que és a mágoa mais dorida, mais impotente, mais eterna. Eles não sabem que ficou tanto para viver, tanto para eu aprender.