tenho medo até pelo jeito de você me chamar, pela forma como vem até mim, do jeito que me olha. você não sabe a falta que me faz e o quanto eu me preocupo com você, quando tem seu celular desligado, ou quando não me fala. eu me preocupo pelo simples facto de você jantar sozinho, ou até por ir caminhar sem ninguém. tenho medo do futuro, tenho medo do que possa passar pela sua cabeça e sobretudo das coisas que você é capaz de fazer. dificil eu conseguir sentir a dor que é ver um filho se afastar ou se desmorenar, mas foi você que quis assim, foste tu que a deixaste fugir por entre os dedos. foi essa sua frieza que puxou por você, que fez você jogar todas aquelas palavras sobre ela, sem exitar, sem pensar.
pior é quando eu vejo que não existem ressentimentos, nem qualquer acto de arrependimento.
magoa-me as coisas que me dizes, as vezes que eu viro a cara para você não me ver chorar, porque na verdade , estou a morrer por dentro.
minha cara espelha um sorriso contagiante que por trás esconde uma vida destruida. baixa, fraca, parva, desinteressante, chame o que quiser, eu vivo no fundo, eu choro quando não tem ninguém á minha volta, eu escrevo quando estou pra exploduir e com um turbilhão de sentimentos a fervelhar.
das vezes todas que você me que vai-me deixar e quando me culpa de todas as coisas..., pode ser coisa do momento mas tudo isso fica doendo.
assusta-me a palavra "solidão", coisa que nunca quero que você sinta, porque eu estou aqui, porque eu gosto de você, aliás eu te amo.
sei que nunca fui capaz de o dizer, mas eu amo você como ninguém, não só porque é meu pai, mas porque fez o que nunca vi ninguém fazer pela pessoa que eu mais amo. obrigada , obrigada apenas por ter feito o possível e o impossivel por ela, mesmo que ela não tivesse resistido.
*Susana Rodrigues
