Sinto muitas vezes os sinais que me
deixas.
Se algum dia ia achar que estavas
tão perto de mim, hoje foi o dia.
Já não te tenho para me mandares
vestir o casaco quando está frio, ou para me acordares quando já estou atrasada
para o trabalho.
Fui obrigada a apender por mim, que
se não vestir o casaco vou ficar doente, e que desligar o despertador 10 vezes
do telemóvel não me vai tirar a preguiça.
À dez anos eras o meu despertador,
e eu não me levantava se não me viesses tirar o cobertor. Eu sei, que parva.
Não te poupei quando podia.
Fui o teu lembrete de medicamentos
durante meses, e a tua moleta também.
Estavas fraca e frágil.
E o aperto que sinto de todas as
vezes que falo de ti, ninguém consegue reconfortar.
Um abraço bastaria para apaziguar o
aperto e tapar o buraco que teima em não fechar.
Tenho saudades tuas, minha mãe.