domingo, 26 de junho de 2022

Afinal colo de pai, faz sempre falta!

Nos rascunhos das minhas notas tinha escrito isto à 5 anos atrás: 

"Tenho medo de um dia deixar-te sozinho e culpares-me pelo teu abandono. Já pareço mãe quando penso nisto, mas o pai és tu.
Talvez os pedidos desculpa nunca sejam suficientemente capazes de compensar o sentimento de culpa, mas 
Desculpa pai se um dia eu pensar mais em mim do que em ti. 
Desculpa se um dia me casar e tiver uma casa minha, mas juro que quero que sejas tu a levar-me ao altar.
Estamos sozinhos nesta casa tão grande, novamente. Aos poucos, o percurso que vou fazendo e crescendo é graças a ti, e ainda bem que é contigo. Nunca quis mais do que isto, a não ser com a mãe também. Mas as vezes ainda fecho com muita força os olhos e vejo nos os quatro juntos. Quem me dera que a dupla tornasse-se tripla.
Porque neste momento pondero todas as minhas saídas. E sei que um dia vai custar-me muito."
 

Hoje, sentada no sofá de uma casa que já não partilho contigo, sinto o aperto de à 5 anos atrás, um misto de querer ficar, mas não te querer largar. O medo que sintas que te deixei sozinho. Os jantares que muitas vezes não tem ninguém à mesa. O bater da porta no meu quarto para eu me levantar, quando já ninguém lá dorme. As coisas que de um dia para o outro deixam de existir. O silêncio que aumenta. 
Tenho medo de deixar que sintas a distância que pela força de nossa vontade, ela existe.
E dizia eu que sabia o que me ia custar? Achamos sempre que sabemos quantificar sentimentos. Agora percebo o verdadeiro tamanho desse “custar”.
E caramba.
Quantas vezes me viste destruída, triste e com um humor que nem eu aguento. E mesmo assim sempre estás sempre lá para mim, da mesma forma. 

Nunca vou achar que o que dou é o suficiente para o que recebi e recebo de ti.

Afinal colo de pai, faz sempre falta!

Espero continuar a ter-te por muitos anos. 

sábado, 1 de janeiro de 2022

Dejá vú! És tu ?


Dejá vú! És tu ?

2016 estava a começar da mesma forma. Sozinha e sem chão.

2021 revelou os meus picos de ansiedade no máximo, fez-me ser obssessiva, possessiva, e falhar no amor próprio. Mostrou-me que num dia somos tudo e no outro não valemos nada.

Precisei de um mês a ser calcada, a ver, ouvir e sentir, para no último dia do ano sem querer ter a gota de agua a arrastar-me o tapete.

Acordei as 6h:30 da manhã para não falhar a mim própria. Decidida.

Ás vezes precisamos mesmo de saltar fora do barco. Não vou repetir 2016, nem estar no meio de um filme que nem quis participar. Estou fora.

Não há mais nada que nos prenda um ao outro, a não ser o Amor. E fosse esse a salvação de todos os relacionamentos. Mas não é.

Com todo o tempo e todo o espaço.

Largamos a mão que nos juntou à oito anos atrás.

Ninguém merece nada que não venho inteiro e com certezas.

Acho que definitivamente percebi que só devemos aceitar o que vem por vontade própria, por inteiro e a 100%. Se não vier, não me vai fazer bem e nem é saudável.

2022 chegou e não me arrependi. 


what do tou think?