domingo, 17 de maio de 2020

Não te poupei quando podia


Sinto muitas vezes os sinais que me deixas. 
Se algum dia ia achar que estavas tão perto de mim, hoje foi o dia.
Já não te tenho para me mandares vestir o casaco quando está frio, ou para me acordares quando já estou atrasada para o trabalho. 
Fui obrigada a apender por mim, que se não vestir o casaco vou ficar doente, e que desligar o despertador 10 vezes do telemóvel não me vai tirar a preguiça.
À dez anos eras o meu despertador, e eu não me levantava se não me viesses tirar o cobertor. Eu sei, que parva. Não te poupei quando podia. 
Fui o teu lembrete de medicamentos durante meses, e a tua moleta também. 
Estavas fraca e frágil. 
E o aperto que sinto de todas as vezes que falo de ti, ninguém consegue reconfortar.
Um abraço bastaria para apaziguar o aperto e tapar o buraco que teima em não fechar.
Tenho saudades tuas, minha mãe.

6 comentários:

  1. Sempre adorei os teus textos, e tenho saudades tuas
    pfv continua a escrever, beijo <3

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    1. Sim conheco :)
      Apesar de as nossas vidas se separarem, sempre quis saber que estavas bem

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    2. Não sei quem és ... e seja qual tenha sido as adversidades de as nossas vidas separarem-se tenho a certeza de que sejas quem for, espero que estejas bem também :)

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thanks love(s).

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