quinta-feira, 11 de julho de 2019

Querido avô

Querido avô
Como têm sido efémeros estes últimos dias.
Como netos e filhos a nós pesa-nos na consciência não nos ter visto mais ou ter feito mais por ti.
Na verdade achamos sempre que devíamos ou podíamos ter feito sempre mais.
Todo o esforço e todas as noites mal dormidas valeram a pena. 
Achamos sempre que vamos ter tempo e mais tempo e depois o tempo para. 
Tu estavas a sofrer e nós sabemos que não sentir nada é melhor que ter dores, até nos teus piores dias foste um guerreiro, viveste quase um seculo, sobreviveste a despedida da avó e das tuas queridas filhas, e este ano completarias 94 anos. 
A ti que nos ensinaste a estrada da vida,
aos teus filhos que ensinaste a trabalhar de sol a sol e que hoje estão capazes de si, pelas conquistas e por tudo o que contruíste Hoje estamos todos juntos. 
As feridas que marcaram a tua infância dura e tudo o que trazias fizeram a historia que hoje temos para contar.
As vezes a vida reverte-se e um dia somos pais e no outro somos filhos.
 
Querido avô, 
Como foste tão forte quando viste partir as tuas ente queridas e hoje voltas para a morada delas. 
O amor na verdade nunca morre.
E nós somos muitos. 
Deixaste-nos muito mais que uma sombra amorosa.
Agora. 
Aqui. 
Hoje, queremos deixar escrito e sentido, na esperança que onde quer que estejas, nos ouças, seja no conforto da tua esposa e nossa avó, seja nos braços das tuas filhas, mãe e tia, que somos eternos amados por ti avô. E que nos resta a saudade, que essa não nos vai caber no peito.
 

Dos teus queridos netos e filhos, 
Com muito amor
 

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